O Filme "O Exorcista"
Muita gente não sabe, mas o filme considerado o maior filme de terror de todos os tempos foi, na verdade, baseado em um caso real de exorcismo.
Muita gente leu o livro (1971), ou viu o filme (1973) o Exorcista (The Exorcist), onde uma jovem, Regan MacNeil, julgava estar possuída por demônios.
Entretanto, na realidade, o filme exorcista foi baseado nos acontecimentos reais da vida de um rapaz chamado Ronald Doe. A sua história tornou-se a inspiração para o maior filme de terror já feito na história.
O escritor, William Peter Blatty, foi buscar a inspiração para a escrita do livro o exorcista ao descobrir que havia relatos do exorcismo, escritos por padres jesuítas, durante e depois de o ver. Depois de William S. Bowdern ter repetido várias tentativas de exorcismo num rapazinho de treze anos, Ronald Doe. Mas chega de enrolação, vamos ao que interessa!
Em 1949, William Blatty era um estudante principal inglês na Universidade de Georgetown, onde começou a ler os artigos de jornal acerca do exorcismo de Roland Doe. Posteriormente abordou o seu professor, o Ver. Thomas Bermingham, colocando-o a par da história.
O Reverendo começou então mais investigações sobre o exorcismo e descobriu que os diários de Roland Doe tinham sido, na realidade, escritos por padres jesuítas. Infelizmente, Blatty não conseguiu obter autorização para ler os diários sobre exorcismo, portanto teve voltar às morosas investigações no jornal, mas que resultaram em algumas descobertas surpreendentes:
Em Janeiro de 1949, um jovem rapazinho chamado Roland Doe e a sua disfuncional família começaram a sentir acontecimentos estranhos na sua casa. A sua localização continua incerta, por muitas razões.
Uma delas é: anos depois, quando Blatty perguntou ao Padre Bowdern, durante a realização do filme "O Exorcista", se poderia visitar a família Doe, o padre mostrou-se inseguro em revelar a sua localização, afinal essa informação deveria ficar totalmente em sigilo, para a segurança de Roland.
Contudo, sua localização foi revelada e hoje pode ser dita. Era em Maryland ou em Mount Reiner, ambas nos Estados Unidos da América (EUA). Seja onde for a verdadeira localização, é sabido que os problemas daquela família começaram com pequenas perturbações, nomeadamente os sons de arranhadelas em vários comodos da sua casa, normalmente vindas do teto ou das paredes (no filme, Chris Macneil, ouve ruídos no sótão, pensando ser ratos).
Isto levou a família a suspeitar que pudesse ser alguma praga de roedores. No entanto, após terem contratado os serviços de uma firma especializada em desinfestação, que tratou de verificar detalhadamente cada canto da casa, chegou-se à conclusão que a mesma estava completamente livre de roedores.
Não muito tempo depois, os acontecimentos começaram a tomar um rumo muito mais dramático e sinistro. Roland Doe foi a infeliz vítima deste implacável fenômeno. Enquanto dormia, começou a sentir violentas "sacudidas" da sua cama e os lençóis eram arrancados (cena do filme após a festa de Chris Macneil). Estes episódios aumentaram rapidamente de intensidade e passaram a ser vistos e ouvidos pela família.
À medida que a família ia se convencendo de que essas manifestações eram verdadeiras, começaram também a ligar ao seu fascínio pelo Tabuleiro Ouija (no filme, encontrado no sótão por Regan, onde se comunica com um espírito denominado Capitão Howdy). Roland começou a brincar com este “jogo” graças à sua tia Tillie, que lhe mostrou e lhe explicou antes de morrer em 26 de Janeiro de 1949 – onze dias antes de começar a actividade paranormal.
Embora a mãe de Roland suspeitasse que a tia Tillie era a causa daquela assombração, a família tinha que agir rapidamente para assegurar o bem-estar de Roland.
Como o rapaz tinha sido batizado na Igreja Luterana, a família recorreu à ajuda de dois padres luteranos, sendo um deles o Rev. Luther Schultze. Junto dele, esteve um Rabino, que se acredita que esteve lá apenas devido aos seus conhecimentos acerca do fenômeno suspeito e sobre exorcismo.
Enquanto o rapaz era avaliado pelo Rabino, o exorcista, diz-se que Roland começou a fala fluentemente numa língua de que nunca anteriormente tinha ouvido sequer falar. Os dois padres Luteranos não faziam a mínima ideia do que Roland estava a dizer mas, no entanto, o exorcista, compreendeu todas as palavras…
Roland estava a falar na língua-mãe do Rabino, o Hebreu!
Os Doe contactaram a falecida tia Tillie, através do tabuleiro: Depois de pesquisar uma série de artigos contraditórios acerca do exorcismo de Roland Doe e de estudar os diários dos padres jesuítas, é possível agora fornecer os fatos que circundaram ao exorcismo, da melhor forma que se sabe.
A primeira coisa que se entende foi que a mãe de Roland manteve uma séria de sessões espíritas com o tabuleiro Ouija, no sentido de contactar a tia Tillie; descobriu-se, no entanto, que a questão não era esta: a mãe de Roland Doe ‘suspeitava’ que a falecida tia Tillie era a causa dos implacáveis tormentos que seu filho estava passando.
Durante um episódio em que Roland estava a ser aterrorizado pela força desconhecida, a sua mãe gritou “Se é você, Tillie, bata três vezes”. Imediatamente se assomou uma aragem fria, que entrelaçou o seu sopro gélido em volta da mãe de Roland, de sua avó e claro, dele próprio.
Então ouviram-se três batimentos distintos no chão, que todos os três ouviram. A senhora Doe perguntou, excitantemente, “Se é realmente você, Tillie, bata quatro vezes”. De novo os três ouviram quatro batidas no chão… mas muito mais perturbadoras, que mais tarde foram descobertas. No colchão da cama de Roland, marcas muito semelhantes a garras.
No entanto, a tia Tillie foi mais tarde descartada como sendo a causa, depois da atividade paranormal ter sido levada também para a escola de Roland. O rapaz ficou aterrorizado quando a sua carteira escolar se começou a mexer em sua volta, com sua professora e os outros alunos presenciando aquele momento inesquecível e aterrorizante. Isto resultou na posterior expulsão de Roland daquela escola. Compreensivamente, a família Doe ficou traumatizada, assim como temendo pela saúde de Roland, à medida que o fenômeno ía se agravando. Foram buscar o Rev. Schultze para assistir aos ataques no rapaz. Depois de um período de diversas noites, Schultze observou que o rapaz parecia estar em sofrimento enquanto dormia. Costumava esfolar os próprios braços e rasgando os lençóis.
O reverendo ficou então convencido da atividade paranormal e referiu Roland ao Mental Hygiene Clinic (Clínica de Higiene Mental) da Universidade de Maryland, para que fossem realizados testes. Quando os testes chegaram, os resultados foram conclusivos… nada havia de anormal em Roland.
Ainda cético acerca das atividades paranormais e do exorcismo, Schultze pediu a Roland que fosse para sua igreja. A principal intenção do padre era descobrir se a casa de Roland tinha sido assombrada ou se tinha sido apenas o próprio rapaz o assombrado.
No dia 17 de Fevereiro de 1949, Roland foi levado para casa de Schultze, onde este poderia passar a noite a vigiá-lo. O reverendo não iria ficar decepcionado. O padre declarou que, durante a noite, se ouviram diversos e distintos ruídos de arranhões, vindos do quarto de Roland.
Schultze entrou no quarto e ficou horrorizado ao ver o rapaz a ser derrubado da poltrona onde estava sentado e a cama ao seu lado a vibrar intensamente.
Schultze pôde observar, mais tarde, o aparecimento de arranhões no corpo do rapaz, mesmo diante dos seus olhos. O reverendo compreendeu então que aquela altura era agora a da alma e recomendou a família Doe que contatasse a Igreja Católica. Os pais de Roland estavam naquele momento muito desesperados; decidiram levar o rapaz ao Padre Albert Hughes, na St. James Catholic Church, em Mount Rainier. Entretanto, uma prima de Roland muito preocupada, que era aluna do Padre Raymond J. Bishop na St. Louis University (Universidade de St. Louis), confidenciou-lhe acerca da atividade paranormal que estava acontecendo no berço dos Doe.
Após ter concluído não haver dúvida alguma de que a moça estava falando verdade, decidiu discutir o assunto com o seu velho amigo, o Rev. William S. Bowdern. O Padre Bowdern viria a ser o principal conselheiro do exorcismo de Roland Doe.
O exorcismo de Roland Doe: A família de Roland Doe tinha agora bem presente na sua mente que o Diabo tinha possuído o seu filho de treze anos, depois de este ter conduzido numerosas sessões do tabuleiro Ouija. A única hipótese que lhes restava seria ir visitar o Padre Hughes, na St. James Catholic Church (Igreja Católica St. James), em Mount Rainier, para avaliação. O Padre Hughes estava, no início, descrente e hesitante acerca daquele caso. No entanto, concordou em entrevistar o rapaz… deparando com, provavelmente, um dos mais aterrorizantes e sobrenaturais casos de possessão que o mundo tinha visto até àquela data.
A entrevista do exorcismo: foi relatada; enquanto o Padre Hughes começava a entrevistar Roland, começou a sentir-se de novo a aragem gélida sentida pela família Doe durante o seu ‘suposto’ contato com a tia Tillie. Ainda cético, o Padre Hughes foi continuando com a entrevista, até se seguir rapidamente ao despertar, por Roland, de uma linguagem ofensiva dirigida ao padre. Hughes estava evidentemente espantado, mas ainda não convencido.
No entanto, isto foi rapidamente dissipado quando Roland começou a falar repentinamente em Latim. Uma língua que nunca ninguém lhe tinha ensinado! Tudo havia se esclarecido ao padre. No final da entrevista já não havia nenhuma dúvida no Padre Hughes de que Roland Doe estava, de fato, possuído, e contatou de imediato o seu Arcebispo, o Cardeal O’Boyle e pediu-lhe a permissão para conduzir um exorcismo. O exorcismo foi aprovado após o Arcebispo ter estudado o caso e as provas médicas.
O exorcismo: O primeiro exorcismo de Roland Doe teve lugar no hospital de Georgetown, Antes do ritual, Roland foi firmemente preso à cama, o que era uma prática normal no exorcismo. Assim que o exorcismo começou, Roland atirou uma cuspidela frenética directamente ao Padre Hughes.
Foi relatado que o jorro foi lançado com tanta força e com uma incrível pontaria, que foi descrito como ‘fora do normal’. O exorcismo ia chegando então ao seu horrível final, enquanto o rapazinho começava a gritar obscenidades para o Padre e se libertava das suas barreiras. Roland manifestou então uma força anormal para sua idade e condição. Arrancou uma mola da cama e atingiu o Padre no braço esquerdo, cujo resultado foi que Hughes teve que levar mais de cem pontos.
Roland tornou-se pacífico assim que o Padre Hughes abandonou o quarto (sem se referir sequer ao exorcismo). Julgou-se que todas as recordações foram esquecidas.
Não se considerou que Roland precisasse de ficar hospitalizado, e então foi mandado para casa. Entretanto, o Padre Hughes não conseguiu compreender aquilo a que tinha assistido e sofreu um desfalecimento mental.
O caso estava, no entanto, longe de ser encerrado; era preciso fazer algo para ajudar a situação instável de Roland. Depois de sua prima ter falado com o seu professor, o Padre Bishop da St. Louis University (Universidade de St. Louis) ficou decidido que ele e o seu bom amigo Padre Bowdern iriam visitar o rapaz, exorcizado.
No dia 9 de Março de 1940 o Padre Bishop e o Padre Bowdern, acompanhados por um jovem padre jesuíta, Frei Walter Halloran, foram a casa de Roland. Durante a visita, constataram horrorizados que o corpo de Roland tinha sido desfigurado por sangrentos arranhões no peito.
Foi testemunhado um outro fenômeno, que resultou num pedido ao Cardeal Ritter para que autorizasse os padres a levar ao extremo, um outro exorcismo.
O exorcismo foi autorizado pelo Cardeal Ritter em 18 de Março de 1949… um pouco mais tarde, os padres iniciaram os rituais do exorcismo. O exorcismo teve um ambiente sinistro desde o seu início, com violentos movimentos da cama, linguagem extremamente hostil e extensas cuspidelas de Roland. Quando apareceram mais alguns arranhões sangrentos, a seguir a serem pronunciadas as palavras ‘inferno’ e ‘diabo’, foi decidido que, para a segurança de todos, o exorcismo deveria continuar a ser feito na ala psiquiátrica do Alexian Brothers Hospital.
No hospital, o Padre Bowdern iniciou o ritual recitando orações d’O Ritual Romano. Entretanto, o Padre Bishop ia escrevendo o diário dos acontecimentos ocorridos durante o exorcismo. Então, Roland gritou, em evidente dor, à medida que as orações iam avançando.
Pouco mais tarde, o Padre Bowden foi claramente agitado enquanto o rapaz ia dizendo as palavras ‘estou no inferno - eu vejo-te – tu estás no inferno – é 1957’. Roland começou então a cuspir novamente. Frei Halloran relatou, que durante o exorcismo, ter dito que Roland era um perfeito atirador quando cuspia, porque até com os olhos fechados, lhe acertava na cara.
O exorcismo continuou durante noites, com cada episódio a ser mais aterrador do que o anterior. Numa ocasião, Roland explodiu numa raiva tal que atingiu Halloran com tanta força que lhe partiu o nariz. O exorcista Bowdern começou a recitar o Ritual Romano do Exorcismo Cristão uma e outra vez: ‘Eu livro-me de ti, ó espírito impuro, junto com a menor invasão do ímpio inimigo, de todos os fantasmas e da legião diabólica. Em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo, sai e desaparece desta criatura de Deus’. Depois de horas a recitar orações, o exorcista Bowdern e os companheiros ficaram alarmados quando Roland se sentou completamente direito e anunciou, numa voz troante, ser o ‘Arcanjo Miguel’ e ordenou ao demónio que abandonasse Roland. O rapaz retorceu-se e distorceu o seu corpo em posições obscuras até que, finalmente, se quedou. Então, sentou-se de novo e falou com a sua voz normal, declarando a todos os aliviados assistentes que tinha acabado de ter uma visão de São Miguel segurando uma espada flamejante.
O exorcismo tinha sido um sucesso! Doze dias após o exorcismo, a família de Roland mudou-se de St. Louis para Maryland. Roland escreveu depois ao Padre Bowdern contando-lhe que se tinha restabelecido e que tinha apenas vagas reminiscências do que lhe havia acontecido.
O último relato acerca de Roland Doe fala de um homem com um casamento feliz, com três filhos, e vivendo ainda em Maryland. A Igreja Católica tem um vasto dossiê que declara que a possessão de Roland Doe foi ‘genuína’, com quarenta e uma assinaturas de testemunhas dos acontecimentos.
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